sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Cedo ou tarde a gente vai se encontrar.



A falta que eu sinto de ti é tão grande, que só eu sei. Não sou forte, nunca fui, e quando se trata de falar de você, sou menos forte ainda. Acho que se eu ainda tivesse você aqui para me abraçar seria diferente. Você me alegrava como ninguém jamais vai alegrar, era como um pai para mim, como um irmão.. Tive tanta sorte de poder te ter na minha vida, mesmo que tenha sido por poucos 12 anos da minha vida. Você brincava comigo, me falava para eu ter cautela sempre, fez eu me apaixonar por motos, foi quem passou bolo no meu rosto pela primeira vez, no meu aniversário de um aninho :') Você cuidava do meu irmão e o amava como eu sei que nenhum outro dindo JAMAIS vai cuidar e amar, você era tudo que nós tínhamos. Eu era tão criança, tão imatura, e nós brigávamos. Ah, se eu pudesse voltar no tempo e mudar todas aquelas brigas, transformá-las em beijos, abraços e carinhos.. Mas eu era apenas uma criança. Quando eu soube do acidente e durante todo o tempo em que você esteve naquela cama, eu tinha esperanças de que Deus te faria melhorar, tinha esperanças de te ver caminhar e correr novamente, como você sempre fazia, MEU TITIO ATLETA :') Você falava que eu era o seu anjo, eu cuidei de você durante meses e meses, e quando me falaram que você tinha ido embora, que tinha me deixado aqui sozinha, eu simplesmente não acreditei. Meu chão se foi, juntamente com meu ar, com meus sorrisos de menina moleca que você mesmo colocava em mim. Eu jamais vou esquecer do dia em que soube que você partiu, por mais que eu tente. Eram cinco horas da manhã, para mim seria um dia como qualquer outro, e eu só tinha acordado pra colocar o celular pra despertar, eu tinha colégio dali a duas horas. Eu tinha acordado assustada, e meu pai acabou acordando também. "Pai, eu vou só colocar o celular a despertar", "Não filha, tu não vai, não precisa", "Pára de viagem pai, preciso sim, tenho aula daqui a pouco", "Não, tu não vai na aula hoje", "Por que, pai?", "O Didi morreu". Eu não consegui falar mais nada, não dava, nada saía. Como assim, o meu tio saudável e sempre guerreiro tinha morrido? Tinha me deixado aqui, sozinha? NÃO PODIA SER VERDADE! Eu não fui forte, eu chorei demais, eu entrei em depressão. 2009 foi o pior ano sem você, Didi, eu fiz 15 anos e você não estava aqui para me fazer sorrir, não estava aqui para fazer a velha brincadeira do bolo na cara, nao estava aqui para me dizer "Meu anjo ta ficando mais velha". Não estava. E isso dói, às vezes mais do que eu posso suportar. Mas quando eu penso em você, me faz bem; mesmo que eu derrame lágrimas. Porque eu lembro de quando você sorria, e lembro que até os seus últimos dias, você nunca desistiu. E eu não vou desistir de viver e ser feliz nunca, porque eu vou te ter sempre na minha mente, vou te ter sempre no meu coração, e vou sempre me lembrar do seu sorriso e da sua força de vontade. Eu te amo e pra sempre eu vou te amar, Newton Rudimar Fleck, até o fim você vai estar comigo. Didi